sexta-feira, 24 de agosto de 2007

Adusp repudia autoritarismo do governo Serra

Cerca de 40% dos jovens paulistas não têm condições de concluir, nem concluirão a educação básica. Grande parte dos que conseguem completar esse nível educacional o fazem em escolas públicas de qualidade, no mínimo, questionável. Esse processo de exclusão não atinge uniformemente a população, castigando os mais pobres e já excluídos do atendimento aos direitos sociais de forma mais intensa.
Os fatos mencionados, corroborados por inúmeros outros indicadores educacionais, mostram que o sistema escolar ao invés de ser um instrumento de inclusão, de promoção social e de desenvolvimento nacional, é, de fato, mais um dos muitos instrumentos de exclusão e marginalização dos setores menos favorecidos da população.
Dentro desse contexto educacional, várias entidades representativas do movimento social escolheram o período de 20 a 24 de agosto de 2007 para organizar manifestações em defesa de uma educação pública de qualidade, inclusiva e comprometida com as necessidades e os anseios da população.
Ações reivindicatórias como essas são extremamente importantes e são encontradas no passado de todas as nações que romperam com as políticas de exclusão e iniciaram períodos de expansão e desenvolvimento social.
Assim sendo, manifestações pacíficas, que fazem parte de lutas por desenvolvimento social e pelo atendimento de direitos de cidadania, deveriam ser vistas como importantes contribuições para a saúde social do país, e não combatidas.
A ação policial do governo do Estado de São Paulo, a pedido do diretor da Faculdade de Direito da USP, expulsando manifestantes que representavam entidades de setores organizados da sociedade civil acampados no prédio daquela faculdade, mostra a violência com que as elites brasileiras atuam a cada vez que ocorrem ações, mesmo pacíficas, que questionem seus privilégios.
A diretoria da Adusp-S.Sind. repudia, com veemência, a atitude autoritária do governo, entendendo que ela é um desrespeito aos direitos de cidadania, em especial por ter sido empregada contra os que lutam por direitos constitucionais que lhes são negados.
Professor Otaviano Helene
Presidente da Adusp

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