quinta-feira, 23 de agosto de 2007

Porto Alegre pára com a Jornada em Defesa da Educação Pública! 5000 manifestantes nas ruas




O ato gaúcho da Jornada Nacional em Defesa da Educação Pública foi um grande encontro entre cerca de cinco mil trabalhadores, principalmente professores, e estudantes, que parou o centro de Porto Alegre em uma marcha que terminou em frente ao gabinete da governadora do estado, Yeda Crusius (PMDB). A mobilização, que reúne esta semana uma grande quantidade de movimentos e entidades, como a Conlutas e a Conlute, em protestos por todo o país em defesa da educação, ganhou força especial no Rio Grande do Sul em virtude das políticas de sucateamento do ensino público promovidas por Yeda.
Se em nível federal, o governo Lula investe apenas 3,5% do Produto Interno Bruto (PIB) em educação, metade dos já parcos 7% previstos como meta no Plano Nacional de Educação (PNE), sancionado em janeiro de 2001, os gaúchos vêem em Yeda um terrível alinhamento com as medidas neoliberais federais. A governadora e sua secretária de educação, Mariza Abreu, lançaram, a título de promover o “corte de gastos” característico de sua gestão, uma série de medidas que incluem a chamada “enturmação” (que lota as salas de aula e prejudica o já maltratado ensino público). Os manifestantes reclamaram também da desvalorização dos professores, da falta de investimentos na área e do fechamento de importantes espaços escolares complementares como bibliotecas e laboratórios de informática, por falta de funcionários.
E não é só na ausência de investimentos em educação que os governos Lula e Yeda se equiparam: também a preferência pelos grandes empresários, multinacionais e banqueiros se repete em nível estadual. Os trabalhadores e estudantes sabem disso e, nesta quarta-feira, cantaram: “Com Lula lá, Yeda aqui, só tem dinheiro pro FMI!”. A reforma da Previdência também foi criticada pelos manifestantes, uma vez que são os estudantes de hoje os maiores prejudicados com a retirada de direitos pretendida pelo governo federal. O Plebiscito Popular que será realizado entre os dias 1° e 7 de setembro foi lembrado como importante mecanismo de pressão contra esta reforma.
O resultado de tamanho descaso e incompetência com a gestão pública é este: a população na rua, protestando. A secretária de educação também ganhou versos especiais que pediram a sua saída, em um “fora Mariza!” no ritmo da célebre canção cubana Guantanamera.
O protesto é uma vitória do movimento dos trabalhadores e dos estudantes, que conseguiu unificar uma grande quantidade de siglas em torno de uma reivindicação comum e fundamental: educação de qualidade para todos!
Fonte: www.conlutas.org.br

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