sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Congresso Estudantil da UFJF: O 1º grande passo na construção do novo!

Isaias de Souza - DCE UFJF construindo a Conlute

Aconteceu entre os dias 17 e 19 de agosto de 2007, no Colégio de Aplicação João XXIII, o primeiro congresso estudantil que se tem notícia na UFJF. Mais uma vez, a gestão “Sempre em Frente” cumpriu o que prometeu. Após um ano de intensas lutas, recheadas de importantes conquistas (Novo RU, Carteirinha de Estudantes da UFJF – porque direito não se vende, Movimento Contra o Aumento da Passagem, Ocupação da Reitoria Contra a Implantação do REUNI, Realização de três grandes calouradas, Boicote ao ENADE, entre outros) conseguimos dar o primeiro passo na construção de um novo espaço, onde mais uma vez o estudante fez valer a sua voz.

Um congresso democrático
O congresso já nasceu vitorioso, pelo simples fato de passar a existir. E aconteceu, mesmo com todas as dificuldades. Foi um espaço de discussão, onde se reuniram diversos estudantes, de diferentes concepções políticas e ideológicas. Três importantes Teses (“A Saída é pela Esquerda”, “É Pra Lutar!” e “Uma Flor no Asfalto”) participaram do congresso e discutiram entre si, com o objetivo de enriquecer e aproximar o movimento estudantil cada vez mais daquele que deve ser o seu fim: o estudante.
O congresso começou com um debate na sexta-feira, dia 17, no auditório do ICH. Lá, as três teses puderam indicar seus representantes e debater com afinco suas idéias. E assim aconteceu durante todo o congresso. Desde o sábado pela manhã até no domingo à tarde foram formados Grupos de Discussão, onde abordamos temas como conjuntura (situação internacional, debate sobre as reformas, a política econômica e o governo), educação (debate sobre a Reforma Universitária, o REUNI e a educação superior) e movimento estudantil (UNE, Conlute, importância das entidades e suas funções, além de propostas de dinamização do ME).
Os estudantes ali presentes, entendendo que o Movimento Estudantil não deve fechar-se em seu cercado particular atendendo apenas a interesses locais, mas sim assumir o seu papel de movimento social, discutiram também a situação internacional. Repudiaram muitas injustiças que são cometidas por aqueles que se enxergam como os donos do poder e verdadeiros “policiais” na implantação de ideologias e práticas, que esmagam cada dia mais o povo como um todo. Em todos os níveis de discussão, muitas idéias puderam ser identificadas na fala de cada integrante das teses. Daremos agora um panorama geral do eixo onde girou cada discussão e o que cada tese pôde democraticamente defender.

As polêmicas do Congresso
A tese “A saída é pela esquerda” fez sua defesa em relação à construção da Conlute como uma alternativa para o Movimento Estudantil, visto que os estudantes foram abandonados a própria sorte pela UNE. Posicionou-se categoricamente contra o REUNI e contra as reformas neoliberais do governo Lula, seja na área econômica, política ou social. Além disso, posicionou-se contra a entrada dos tentáculos do imperialismo na América Latina, contra a Ocupação no Haiti ou através de acordos como ALCA, ALBA, MERCOSUL, e todos os tratados de livre comércio.
A tese “É pra lutar” fez suas defesas com posturas igualmente críticas em relação às reformas, reivindicando ainda a retirada do PL 7200 e defendendo arduamente a UNE e a CUT.
A tese “Uma flor no asfalto” defendeu as reformas do governo Lula, defendendo o PAC, o REUNI (que está incluído no PDE), e reivindicando o atual governo. Defendeu também entidades como a UNE e a CUT.

O novo estatuto
Ainda no domingo, obtivemos outra grande vitória. O DCE ganhou um novo estatuto, formulado com a participação democrática de todos os estudantes ali representados. O estatuto buscou, acima de tudo, atender aos interesses do Movimento Estudantil, e não desse ou daquele grupo isoladamente.
O documento teve como ponto forte a liberdade para que cada gestão eleita democraticamente pelos estudantes, possa se organizar da forma que melhor lhe couber, ao mesmo tempo em que cria comissões fiscalizadoras contra eventuais abusos por parte de qualquer gestão. Sem dúvida, uma marca que acompanhará a história do DCE e do Movimento Estudantil da nossa Universidade. O estatuto está em fase final de ajustes (digitação, pequenas correções gramaticais) e será apresentado no próximo CONCADA (Conselho de entidades de base), além de ampla divulgação entre os estudantes. É realmente um orgulho para todos nós.

A Plenária Final
Já no final do domingo, os Grupos de Discussão puderam encaminhar suas propostas para serem apresentadas à plenária final do congresso. O estatuto foi aprovado com louvor, com apenas dois pontos polêmicos a serem votados.
Destacamos algumas das propostas aprovadas na plenária final, como a luta contra o Reuni e as Reformas Neoliberais do Governo Lula e a defesa da Reestatização da Vale do Rio Doce.
O ponto alto da Plenária Final, no entanto, foi a aprovação da construção da Conlute pelo DCE UFJF. Depois de muito debate 60% dos delegados aprovaram a Construção da CONLUTE na UFJF! Uma conquista! É a reafirmação da posição da gestão “Sempre em Frente”, de construção de um novo movimento estudantil, um movimento estudantil independente e de luta.

Conclusão
Acreditamos ser esse o primeiro grande passo para a construção de um movimento estudantil que se aproxime cada vez mais dos estudantes. Foi o primeiro congresso, portanto, não isento de erros. Mas cremos que os acertos foram muito mais marcantes. As críticas construtivas e que visem contribuir para a melhoria dos próximos congressos devem ser feitas e serão sempre bem-vindas! Somente assim, pode-se melhorar o que já foi feito, independente da gestão que venha assumir o DCE. Afinal de contas, foi apenas o pontapé inicial. Outros congressos, esperamos que assim seja, acontecerão. Todos os erros observados se deram na busca incessante de acertar.
Porém, não podemos deixar de registrar que, sem sombra de dúvidas, nos orgulhamos de marcar a história do Movimento Estudantil da UFJF. Não somente pelo congresso. Mas temos a convicção de que hoje, somos conhecidos como uma gestão que encampa a luta pelos direitos estudantis e se coloca sempre como uma alternativa real de mobilização para os estudantes.

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