Nos dias 3, 4, 5 e 6 aconteceu o I Congresso da Conlutas. Um Congresso com mais de 2500 delegados eleitos democraticamente na base de cada entidade. Uma vitória para a organização dos trabalhadores, estudantes e movimentos populares de todo o país. O Congresso foi expressão da necessidade de avançarmos na contrução da Conlutas como entidade classista, democratica e socialista diante da podridão da CUT e da UNE, e para lutar contra os ataques neoliberais do governo Lula e em defesa da classe da trabalhadora, estudantil e popular.
Para participar do Congresso, as entidades chamaram assembléias para discutir sobre a reorganização do movimento de massas no país, suas lutas e vitórias, bem como as perspectivas para o próximo período. Além disso, na base, elegeram os delegados que representariam as entidades. Mesmo as entidades que não reivindicam a Conlutas poderiam eleger delegados e, ainda, naquelas entidades em que não existisse acordo na diretoria em participar do Congresso também era garantido o direito democrático de se chamar assembléia por uma minoria dos diretores que reivindicassem o trabalho da Conlutas.
No DCE da UFPR não se chegou a um acordo quanto a chamar uma assembléia e eleger delegados entre os estudantes. Portanto, um setor minoritário do DCE reivindicou a participação ao Congresso da Conlutas e, conforme previsto no Regimento do Congresso, chamou uma assembléia entre os estudantes da UFPR e procedeu-se a discussão e a eleição de delegados, de acordo com a base representativa da minoria. Esse mesmo processo foi feito em centenas de outras entidades estudantis, populares e sindicais por todo o país.
Acreditamos que a ida ao Congresso é um direito de todos que queiram participar, e eleger delegados de acordo com a base representativa é legítimo!
Mas não é assim que pensa a maioria da diretoria do DCE! Em base a diversas acusações morais e calúnias aos estudantes que queriam construir o Congresso da Conlutas, a maioria da diretoria do DCE da UFPR tomou uma posição equivocada, uma posição autoritária e antidemocrática: expulsar da diretoria aqueles que fossem ao Congresso. E isso foi feito! Utilizou-se da expulsão para resolver as diferenças políticas que temos e que vem se acumulando dentro da gestão desde algum tempo, tanto com a LS quanto com o PSOL.
O que ocorreu é um ataque a democracia no movimento estudantil e um ataque também a unidade construída com FLCRU, à Conlutas e, ao PSTU. É impedir que estudantes que defendam determinadas posições políticas se expressem na universidade e construam seus meios de avanço na luta contra a burguesia e em favor dos direitos dos estudantes e da classe trabalhadora. Não queremos que todos tenham uma mesma posição, queremos debater as diferenças, amadurecer as discussões e assim fortalecer o movimento. Não vamos deixar de reivindicarmos o direito de ser minoria quando isso significa abandonar nossos posicionamentos políticos. É uma questão democrática básica. A expulsão dos estudantes que reivindicam a Conlutas é uma atitude stalinista e que acaba com a unidade e a democracia do movimento estudantil.
A expulsão foi impulsionada pelo grupo local LS (Luta Socialista). O PSOL (da corrente CSOL), apesar de todo o chamado que fizemos para que se posicionassem contrários à expulsão, se absteve com uma única militante na reunião, sendo conivente com a expulsão quando poderiam tê-la impedido se todos os militantes que compõem a gestão tivessem ido à reunião e se posicionado. A expulsão foi aprovada por uma diferença de dois votos, por isso a posição do PSOL foi decisiva para que ela ocorresse. É uma lástima que os companheiros com os quais compomos a Frente de Esquerda em nível nacional (e inclusive em Curitiba!) tenham, desta forma, rompido a unidade construída nas lutas do último período. Estivemos na ocupação da reitoria da UFPR em 2007 na luta contra o REUNI e em várias lutas anteriores contra a reforma universitaria. Temos unidade em vários pontos programáticos o que nos levou a montarmos uma chapa ao DCE de lutadores e que derrotou a chapa governista no final de 2007. Por isso a expulsão não se justifica, é tomada em base a desmoralização de militantes lutadores.
Consideramos imprescindível para a organização das lutas a unidade de todos os lutadores, é uma necessidade para derrotarmos os ataques e conseguirmos vitória. Toda a experiência da Conlutas, desde o início, no chamado a todos os lutadores para se postarem unidos em resistência ao governo Lula e seus ataques é um exemplo de que é importante unificar. Ainda mais após o I Congresso da Conlutas em que se consolidou o chamado à unidade e a definição da Conlutas como uma coordenação combativa, classista e que defende claramente o socialismo.
No movimento estudantil não pode ser diferente. Vimos a UNE acabando com o Movimento Estudantil quando se posicionou ao lado do governo e da Reforma Universitária no momento em que mais precisamos de forças, e só a unidade nacional no movimento estudantil pôde nos defender. Estamos diante de uma tarefa histórica, estamos em luta contra um dos governos que mais ataca a classe trabalhadora e que mais ataca o ensino público deste país. Diante disso a unidade dos lutadores não é mera conseqüência, é a necessidade imperiosa à própria existência do movimento estudantil. E a Conlutas é parte fundamental desse processo. Assim fazemos um chamado à unidade no movimento estudantil brasileiro entre todos os lutadores e repudiamos o que ocorreu no DCE da UFPR. Repudiamos a expulsão dos militantes do PSTU da gestão “Sonhos Não Envelhecem – 2008” do DCE da UFPR.
Assinam
Estudantes expulsos do DCE-UFPR
21/07/2008
Um comentário:
você tem dois tijolos.
qual deles é trosko?
jogue-os na parede!
o que rachar, é trosko!
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