Por Bernardo Rivera, estudante - USP
Didier Dominique, um importante arquiteto e um dos dirigentes da corrente sindical Batay Ovriye (Batalha Operária), a única organização a se colocar contra a ocupação militar feita pela ONU - sob comando das tropas brasileiras - veio ao Brasil a convite da Conlutas para fazer uma campanha contra a ocupação militar do Haiti. O exército Brasileiro tem o maior contingente de homens na força tarefa da ONU, chamada Minustah, com cerca de 1400 soldados. Veja em seguida a entrevista feita pela CONLUTE com o dirigente.
Conlute - Qual o papel do Batalha Operária, e porque vocês se colocam contra a ocupação militar?
Didier Dominique, um importante arquiteto e um dos dirigentes da corrente sindical Batay Ovriye (Batalha Operária), a única organização a se colocar contra a ocupação militar feita pela ONU - sob comando das tropas brasileiras - veio ao Brasil a convite da Conlutas para fazer uma campanha contra a ocupação militar do Haiti. O exército Brasileiro tem o maior contingente de homens na força tarefa da ONU, chamada Minustah, com cerca de 1400 soldados. Veja em seguida a entrevista feita pela CONLUTE com o dirigente.
Conlute - Qual o papel do Batalha Operária, e porque vocês se colocam contra a ocupação militar?
Didier Dominique - O papel do Batalha é lutar pelos direitos dos trabalhadores no Haiti. O quer se dá lá é que os projetos que estão implementando, por exemplo o projeto de exportação de mão de obra - que é muito barata -, o projeto de privatização dos serviços públicos, das terras, da universidade, da educação, da saúde estão em processo de privatização. As forcas da Minustah, devido à debilidade das classes dominantes no Haiti e também da debilidade do Estado dão reforço para esse projeto imperialista burguês, que hoje é a força da Minustah. Então estamos contra essa presença porque apóia o projeto burguês que é o projeto imperialista, na verdade.
Conlute - As tropas da ONU e do Brasil já ameaçaram a organização sindical batalha operaria por ter feito alguma mobilização ou greve?
Didier - Sim, uma vez. Em uma fabrica de refrigerantes chamada Larco, havia um sindicato que exigia negociações, e iniciaram uma mobilização no pátio da fabrica. A patronal chamou a Minustah que entrou e bateu nos trabalhadores. As tropas também invadiram locais de organizações de trabalhadores, como Antena Obrera, e organizações de pequenos agricultores. Isso mostra que pouco a pouco a Minustah revela seu aspecto anti-trabalhadores e anti-popular. Conlute - Como se encontra o Haiti hoje em dia e qual a situação dos trabalhadores? Didier - Bem, a situação dos trabalhadores é péssima, cobram muito barato, o pior salário de toda a América e um dos piores do mundo. Por isso que os investidores, incluindo o vice-presidente Jose Alencar. Querem investir agora no Haiti, principalmente na área têxtil. Alencar mandou o seu filho visitar as instalações têxteis para poder investir já. Por isso também há uma repressão sindical muito forte e uma miséria generalizada. Os trabalhadores estão no pior momento, não podem organizar-se facilmente e tampouco cobram nada da situação dos trabalhadores. Por isso que os investidores virão para explorá-los.
Conlute - Recentemente a Conlutas e a Conlute enviaram ao Haiti uma delegação para denunciar a ocupação militar. Como os trabalhadores e estudantes do Brasil podem ajudar a desocupar o Haiti?
Conlute - Recentemente a Conlutas e a Conlute enviaram ao Haiti uma delegação para denunciar a ocupação militar. Como os trabalhadores e estudantes do Brasil podem ajudar a desocupar o Haiti?
Didier - Ah! Bom, é mobilizar-se junto com a Conlutas, que vai sempre ter em suas mobilizações o tema, a pergunta da desocupação e da retirada das forcas da Minustah no Haiti e nos cremos que a Conlutas nesse sentido tem uma posição muito correta junto aos estudantes e trabalhadores que venham a entrar nessa mobilização para exigir a retirada das tropas brasileiras e das forcas da ONU mundialmente do Haiti.
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