Rafael Rossi, estudante da UFF e militante do PSTU, do Rio de Janeiro (RJ) |
• Após muita mobilização, o Reuni foi, finalmente, retirado da pauta de discussão do Conselho Universitário da Universidade Federal Fluminense (UFF). Esta foi uma vitória política fundamental para o movimento.
Foram inúmeras as atividades: um abaixo-assinado com mais de quatro mil assinaturas dizendo “não” ao Reuni; uma assembléia geral de estudantes, com cerca de 500 presentes, que também rechaçou o projeto; uma assembléia comunitária, com 400 estudantes e trabalhadores, na última ocupação da reitoria, que votou, por aclamação, posição contrária ao Reuni; duas ocupações da reitoria da UFF; atos que alcançaram as marcas de 400 a 500 estudantes. A força da mobilização levou, inclusive, ao aprofundamento de divisões e disputas no interior da reitoria.
O último conselho deliberou pela construção de um Grupo de Trabalho (GT) que ficará responsável pela elaboração de um projeto que se dê por fora dos marcos do Reuni. Os estudantes, contudo, devem ficar atentos para novos golpes. A reitoria tentará transformar esta vitória em derrota, submetendo o projeto do movimento ao calendário e às metas do Reuni.
Por isso, a luta deve ser mantida e ampliada. Só com mobilização será garantida a vitória. A reitoria teve de recuar diante da força do movimento, mas ainda não está morta. Esta é uma luta nacional que tem se refletido em ocupações de reitorias em diversas instituições federais. A mobilização da UFF é só mais um passo na luta para barrar a reforma universitária de Lula e do FMI.
Não aceitar a repressão!
Agora, o movimento precisa partir para a ofensiva. A reitoria tentou intimidar os estudantes com a repressão policial. O Conselho Universitário da UFF, lamentavelmente, referendou a postura repressora de Roberto Salles. Não dá para aceitar a criminalização dos movimentos sociais, que cresce a cada dia.
O governo Lula e o Judiciário querem acabar com o direito de greve. Eles querem acabar com todos os direitos sociais e liberdades democráticas conquistados a duras penas na luta contra a ditadura militar. As reitorias de todo o país recorrem às polícias Federal e Militar para garantir a implementação do projeto privatista do governo.
O movimento deve exigir democracia e o fim da entrada da polícia nos campi universitários. Os estudantes querem discutir de forma democrática com toda a comunidade acadêmica um projeto de universidade e de sociedade, com assistência estudantil (bolsas, moradia, etc.). Uma universidade pública, sem cursos pagos e sem fundações.
Na UFF, o coletivo UFF que Queremos/Conlute e a Juventude do PSTU defendem: “Abaixo o Reuni e a Reforma Universitária!”; “Fora Salles, FEC e cursos pagos!”; “Pela construção da moradia estudantil já!”.
Construir a unidade para derrotar o governo já!
É preciso unificar estudantes e trabalhadores na luta contra os ataques do governo e de seus agentes e fortalecer a Frente de Luta contra a Reforma Universitária, unindo a Coordenação Nacional de Luta dos Estudantes (Conlute) e a Frente de Oposição de Esquerda (FOE) na luta contra o Reuni e por um movimento estudantil independente dos governos e das reitorias, rumo à construção de uma nova entidade nacional estudantil.
A UNE já mostrou de que lado está: foi a quinta coluna do governo e das reitorias em todos os processos, chegando ao cúmulo de, na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), fazer um cordão de proteção para o reitor Aloisio Teixeira, se enfrentando com um ato de 600 estudantes. Tudo isso para que fosse aprovado arbitrariamente o Reuni naquela universidade. Sua derrota humilhante nas urnas nas eleições do DCE da UFRJ foi a prova de que a entidade governista não fala mais em nome dos estudantes.
É importante lembrar que, na ocupação da Universidade de São Paulo (USP), a UNE ficou mais uma vez do outro lado da barricada, contra a mobilização. Isso se refletiu no rechaço dos estudantes que não mandaram um delegado sequer ao Congresso da UNE. Na UFF, não poderia ser diferente: os governistas são vaiados em todos os atos e assembléias em que se vêem na necessidade de se posicionar publicamente a favor do Reuni, mesmo que de forma envergonhada.
É hora de lutar, é hora de vencer! Vamos juntos derrotar o governo Lula e a UNE na luta contra o Reuni e a reforma universitária. Todos às ruas!
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