Quatro pessoas já haviam morrido, dezenas estavam feridas e inúmeras presas, devido à repressão à paralisação nacional agrária convocada pelas organizações camponesas, agrícolas e indígenas do Peru. A mobilização, iniciada em 18 de fevereiro, era um êxito em todo o país. O governo, ao invés de abrir o diálogo, declarou Estado de Emergência em oito províncias do norte (Huaura, Huaral e Barranca, no departamento de Lima; Huarmey, Casma e Santa, no departamento de Ancash; e Virú e Trujillo, no departamento de La Libertad) e a ordem de intervenção do Exército, desfechando uma repressão indiscriminada ao movimento.
O primeiro-ministro peruano Jorge Del Castillo sintetizou a situação à imprensa: "Isto implica a suspensão dos direitos constitucionais relativos à liberdade e segurança pessoais, à inviolabilidade de domicílios e ao direito de reunião e de passagem" (Agência Estado/EFE, 19/08).
Criminalização do movimento - Essa ação repressiva do governo peruano é uma expressão da aceleração do processo de criminalização das lutas sociais, para que possa implementar as leis que beneficiam as empresas transnacionais, a privatização das águas e a concessão da Amazônia.
Uma outra face desse processo foram decretos legislativos que ampliam as penas por bloqueios de estradas e outras formas de mobilização. Mesmo antes dos decretos mais de setecentos camponeses e indígenas já haviam sido processados judicialmente, inclusive por terrorismo, por defender suas comunidades contra os efeitos destrutivos das minerações. A isto somam-se ainda as ameaças constantes aos dirigentes desses movimentos.
Solidariedade urgente - Diante do brutal e covarde ataque do governo contra os trabalhadores camponeses e indígenas peruanos, a CONLUTAS, manifesta total solidariedade a essa luta e pede que sejam enviadas urgentemente mensagens de solidariedade aos companheiros peruanos. A entidade que está dirigindo esta luta, a CNA, faz parte da Coordenadora de Bases em Luta, que está convocando no Peru o Encontro de Trabalhadores Latino-americanos e Caribenhos.
Assim como está divulgando a Coordenação Andina das Organizações Andinas (CAOI), nossas mensagens devem conter total apoio à paralisação nacional agrária e suas reivindicações; o rechaço à repressão indiscriminada exigindo punição aos responsáveis pelas mortes; abertura imediata de diálogo com o movimento; fim do Estado de Emergência e da criminalização das lutas sociais, principalmente as indígenas e camponesas.
As mensagens podem ser mandadas para liamarle@yahoo.es
Com cópia para secretaria@conlutas.org.br
Redação da Conlutas, a partir das informações da CAOI
Minga Informativa de Movimientos Sociales - http://movimientos.org/
Agência Estado
Foto: pepitorias.blogspot.com
Um comentário:
oiii
cade as fotos da festa da AFUEM??
valeu
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