Isso é crime!
A sede da Conlutas Vale do Paraíba, em São José dos Campos, foi alvo de um grave atentado à mão armada no final da tarde desta sexta-feira, 1º de agosto. Por volta das 18 horas, no local estava sendo realizada uma assembléia para fundação de uma Associação de Trabalhadores da Construção Civil.
Na sede da Conlutas, que fica em uma área pertencente ao Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e região, estavam reunidos os trabalhadores terceirizados da Revap, refinaria da Petrobras.
A sede da Conlutas Vale do Paraíba, em São José dos Campos, foi alvo de um grave atentado à mão armada no final da tarde desta sexta-feira, 1º de agosto. Por volta das 18 horas, no local estava sendo realizada uma assembléia para fundação de uma Associação de Trabalhadores da Construção Civil.
Na sede da Conlutas, que fica em uma área pertencente ao Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e região, estavam reunidos os trabalhadores terceirizados da Revap, refinaria da Petrobras.
Segundo testemunhas, cerca de 60 homens armados, alguns encapuzados, invadiram o local com gritos, ameaças e tiros. Houve quebra-quebra e as instalações da sede, móveis e três veículos do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, que estavam estacionados no local, foram depredados e alvejados. Um trabalhador foi baleado e levado ao Pronto Socorro da Vila Industrial.
Durante a invasão, nada de valor foi roubado. Apenas documentos relativos à fundação da Associação foram levados, tais como a ata e a lista de presença da assembléia.
Os fatos são de extrema gravidade. É um dos piores exemplos de gangsterismo sindical, em que a violência e o banditismo são utilizados contra os trabalhadores.
O objetivo da assembléia era a criação de uma nova organização dos trabalhadores da construção civil, que, de certa forma, seria uma “ameaça” à representatividade do Sindicato da Construção Civil, filiado à CUT, e também às empresas prestadoras de serviço da Petrobras.
O sindicato cutista foi rechaçado pela categoria na recente greve de 31 dias, ocorrida de 16 de maio a 16 de junho. Os trabalhadores rejeitaram este sindicato na condução das negociações e criaram uma Comissão de Negociação, independente da entidade sindical.
Já a Petrobras e as empreiteiras têm feito uma forte perseguição aos trabalhadores. As empresas decretaram locaute e iniciaram um processo de demissão em massa. A repressão atingiu o ponto alto com a invasão da Tropa de Choque na refinaria no dia 10 de julho.
A Conlutas e os trabalhadores terceirizados da Revap exigem o imediato esclarecimento sobre o papel do Sindicato da Construção Civil, filiado à CUT, neste acontecimento. Exigimos o mesmo em relação à Petrobras e ao consórcio de empreiteiras que realizam as obras de ampliação da refinaria.
Estamos diante de um grave crime que deve ser repudiado por toda a sociedade.
Cobramos dos governos Federal, Estadual e Municipal atitudes imediatas no sentido de identificar e punir os responsáveis por esse crime. O direito de organização dos trabalhadores é garantido pela Constituição e é dever do Estado garanti-lo.
Este é mais um episódio lamentável da criminalização da luta e da organização dos trabalhadores, que temos visto crescer em nosso país no último período. São os interditos proibitórios, a interferência do Estado e das empresas na organização dos trabalhadores (como demonstra a tentativa de dividir o Sindicato dos Metalúrgicos de São José com a criação um sindicato na Embraer), a demissão de dirigentes e ativistas sindicais e, agora, a utilização de jagunços armados para impedir uma reunião de trabalhadores.
Vamos dar continuidade e ampliar a campanha contra a criminalização da luta dos trabalhadores e chamamos todos os sindicatos, entidades dos movimentos sociais, partidos e organizações democráticas a repudiar este crime contra a organização sindical e democrática da classe trabalhadora.
Conlutas - Coordenação Nacional de Lutas
Um comentário:
Deve ser rolo do Mancha.
Postar um comentário